(E aqui esta, o conceituado Prólogo de "Viva Solegna", agora com postagem oficial no Blog. Aproveitem)
Stephan abriu os olhos, estava em um quarto de poucos moveis, uma
cama lhe aconchegava com seus lençóis brancos e alguns raios de sol
entravam pelo grande vitral que se estabelecia ha sua direita, não sabia
que lugar era aquele porem as paredes pintadas com um azul
extremadamente claro o reconfortavam e lhe traziam uma sensação de paz.
Olhou em direção ao sol e ali estava, sentado em uma poltrona ao lado do
vitral, um homem de aparentemente seus quarenta e poucos anos, cabelos
grisalhos e barba bem feita, vestia um traje militar de Solegna e pela
quantidade de medalhas que havia em seu peito poderia deduzir-se que era
do alto escalão.
– Esta se sentindo melhor meu jovem? – Perguntou o homem com um sorriso singelo.
Stephan
não respondeu, estava confuso e as palavras não saiam por sua boca, não
sabia por que ele estava naquela cama ou por que aquele homem estava ao
seu lado, tudo era muito estranho porem o homem pareceu adivinhar oque
Stephan estava pensando naquele momento.
– Você ainda deve estar
bastante confuso não é mesmo? – Disse o homem enquanto se levantava e se
virava em direção ao vitral para assim admirar o sol que morria no
horizonte.
Tudo ficou em silencio durante alguns segundos ate que o homem voltou a se pronunciar.
– Se lembra ao menos de quem é?
–
Sim! – Respondeu Stephan com voz tremula e algo roca. – Sou Stephan
Davies, soldado do decimo sexto batalhão de infantaria de Solegna.
– Muito bem, muito bem, e sabe por que esta aqui?
Stephan
se sentou na cama e começou a pensar, porem não conseguia se lembrar de
nada que pudesse ter relação com seu estado atual.
– Não, não senhor.
O
homem voltou a se virar em sua direção, pegou um par de óculos e os
colocou, logo em seguida pegou um pergaminho que estava encima de uma
cômoda branca ao lado de Stephan e começou a ler.
– Aqui diz que você chegou em estado grave da operação R.P.S que ocorreu no Alaska.
Era
verdade, e então ele começou a se lembrar. Havia sido sua primeira
batalha real, porem sua memoria se limitava a sons de tiros, neve
ensanguentada e um clarão de luz. Stephan se virou e olhou nos olhos
castanhos daquele homem que estava ha seu lado e então se lembrou.
–
Você é o Comandante Lamont... – Disse Stephan exaltado. – Nossa missão
era resgatar o senhor e seu regimento que estavam presos no Alaska!
O homem assentiu, guardou os óculos e sentou-se na cama, aos pés de Stephan.
–
Eu e meus homens, estamos em divida com você soldado Davies, com você
e... – O comandante então fez uma pausa e olhou para um retrato na
cômoda.
Stephan se virou e observou que era uma foto de todo o
decimo sexto batalhão. A foto tinha sido tirada antes que Stephan
tivesse se formado então ele não aparecia na imagem, porem uma foto
três-por-quatro sua estava no canto da moldura, pois seus amigos fizeram
questão de coloca-la ali. Aquele retrato pertencia a Stephan, alguém
deveria ter trazido de seus aposentos do quartel.
– Todos estão bem senhor? – Perguntou Stephan enquanto se virava novamente para o comandante.
– Sim meu caro, porem em um lugar melhor.
Oque aquilo queria dizer ? Será que... seria possível que todos eles tinham tido o mesmo destino ?
– Eles... eles não conseguiram voltar ?
– Não com vida meu caro! - Respondeu delicadamente Lamont.
Dos
olhos do garoto saltaram lagrimas e ele não sabia oque dizer, estava
atônito, não podia acreditar naquilo, era impossível. Todos eram mais
que só amigos, eram uma família dentro do quartel, Stephan se negava a
acreditar que aquilo era real. E quando achou que seu mundo tinha
acabado ele sentiu uma mão cálida apoiada em seu ombro direito, e então
palavras sutis saíram dos lábios do comandante.
– Chore por eles sim, porem que sejam lagrimas de alegria, pois sabemos que agora eles estão ao lado de Deus nosso senhor.
Stephan
olhou para Lamont e ha paz dominou seu espirito, aquele homem
transmitia a bondade e compreensão de tal magnitude que Stephan nunca
havia presenciado antes.
– Sei que este não é o melhor momento,
porem estou aqui para lhe fazer uma oferta Stephan. Estou aqui para lhe
convidar a se unir ao meu regimento para lutarmos pela libertação de
Solegna e do mundo.